segunda-feira, 17 de maio de 2010

Aventuras Europeias - Episódio 1: Nada vem por acaso!

Depois de muito tempo sem escrever (peço desde já desculpa a todos, mas não tem sido fácil!), volto agora, e cheio de histórias para contar: muitas pa rir, outras pa chorar, mas que contando agora... só dá pa rir! Junta-se aquele grupinho e é nisto que dá... Aventuras Europeias!

Realmente,nada vem por acaso...
E se já estavamos a dar em doidos com toda aquela situação esperem até ler o desfecho desta viagem que se tornou num verdadeiro pesadelo.
Até à última actualização, ainda nem sequer em prova tinha entrado e já as coisas estavam difíceis, posso-vos dizer que foi apenas um aquecimento para o que se aproximava.
Era então sábado quando finalmente chegou a minha vez e a do Justin de ter heat, já o Edu e o Miguel (Ximenez) tinham perdido. Acordei de manhã e fui ter com o Justin ao hotel dele, que seria também a minha residencia para os próximos 2 dias (mal sabia eu que lá ia ficar retido quase uma semana), uma vez que o Edu e o Ximenez, com quem eu partilhava o meu antigo quarto, estavam decididos a ir embora naquele dia e nem mais um dia iam deixar passar naquela terra (mal sabiam eles o que nos esperáva).
Deixei as coisas no quarto do Justin e eu, ele e o Mauro apanhámos boleia para o campeonato com o "team manager" do Justin num Land Rover dos antigos recheado de bandeiras, placares, ferros e lonas, cheio de frinchas que faziam uma corrente de ar enorme, o que punha a temperatura interior quase igual a exterior.
O campeonato tinha então sido mudado para o pico de Thurso East, um pointbreak de direitas compridas que fazia lembrar a onda dos Coxos só que com 6 ºC exteriores, 2 ou 3 ºC (!) dentro de água e um ciclóne que parecia que até as ruinas dum velho castelo que estava servir de abrigo à estrutura do campeonato se iam desmorunar ao fim de séculos. Condições bastante dificeis e adversas para se conseguir fazer qualquer coisa, enfim, típico dum campeonato do WQS!
O Justin teve heat 1º do que eu e aproveitei para ficar a estudar as condições, que aos meus olhos estavam impossíveis de se conseguir fazer fosse o que fosse. Ondas de um metro completamente desfeitas pela força do vento tentavam-se alinhar na perfeita lage que naquele dia mais parecia um "beach break" dos mais desordenados que há. Para ajudar à festa a maré estava a subir e a corrente que se fazia sentir no pico era exactamente para dentro do rio o que juntamente com as luvas e o fato 5/4/3, fazia com que as remadas para chegar ao pico fossem uma verdadeira odisseia (cheguei mesmo a pensar que nao ia chegar ao outside). O Justin perdeu a precisar de um 2,80 que naquelas condições parecia uma coisa quase impossivel, o que se comprova, pois toda a gente sabe o alto nivel de surf dele e mesmo naquelas condições não conseguiu aquele "low-score".
A seguir foi a minha vez, equipei-me todo a chuva, fiz um bruto aquecimento peguei na lycra e mal saí de trás das ruinas que nos abrigavam, quase voei agarrado a prancha, tal era a ventania que se fazia sentir. Entrei para dentro de água com 10 minutos de antecedencia e cheguei ao pico no toque da buzina de inicio de heat. Com as dificeis condições que se apresentavam, ainda cheguei a estar em 2º parte do heat, mas infelizmente, o inglês Alan Stokes virou o heat acabando por levar a melhor deixando-me em 3º.
Voltamos para o quarto prestes a entrar em depressão total, quando passado uma hora aparece o Edu e o Ximenez com cara de desespero a dizer que estávamos presos na Escócia por causa dum vulcão e que os aeroportos estavam todos fechados sem data prevista para voltarem a abrir, tudo dependia da direcção em que ia a nuvem de cinzas. Depressão total! Se até aí já não tinha sido fácil, agora estava negro... Não percam o próximo episódio!
JG
Fotos: 1-Eram só sorrisos à ida pra lá! 2- Quem diria que ali corre uma lage perfeita 3-Por estas caras já deviamos adivinhar o que nos aguardava! (Em breve todas as fotos disponíveis na Galeria)

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